Se há sítio onde prezaria de sobremaneira ver aplicado este milenar adágio, esse sítio seria precisamente n’Os Imortais. A série ou o filme, é-me igual que eu até os confundo. Em vez de espadas, canetas. Em vez de duelos de espadaria, que invariavelmente acabavam com uma decapitação e decorrente trovoada com aquela música dos Queen, podiam-se passar a assinar cheques ou petições e apontar números de telefone e endereços. Ou até ver quem é que acabava primeiro um Sudoku, por exemplo. Quem sabe um joguinho de stop ou até uma batalha naval. Mais variedade haveria, com certeza. Já para não falar em termos de conforto e bem-estar, onde as vantagens chegam a ser absurdas. Os Imortais tinham que andar sempre com uns casacos enormes de cabedal, só porque tinham um espadagão medieval que urgia alapar dos meros mortais. É lixado usar sempre grandes sobretudos, sobretudo quando começa a ficar assim mais abafado. Finalmente consegui usar o sobretudo na sua forma adverbial e na sua manifestação substantiva numa mesma frase. Já tinha usado mas foi a falar a sério
A caneta é mais poderosa que a espada
Se há sítio onde prezaria de sobremaneira ver aplicado este milenar adágio, esse sítio seria precisamente n’Os Imortais. A série ou o filme, é-me igual que eu até os confundo. Em vez de espadas, canetas. Em vez de duelos de espadaria, que invariavelmente acabavam com uma decapitação e decorrente trovoada com aquela música dos Queen, podiam-se passar a assinar cheques ou petições e apontar números de telefone e endereços. Ou até ver quem é que acabava primeiro um Sudoku, por exemplo. Quem sabe um joguinho de stop ou até uma batalha naval. Mais variedade haveria, com certeza. Já para não falar em termos de conforto e bem-estar, onde as vantagens chegam a ser absurdas. Os Imortais tinham que andar sempre com uns casacos enormes de cabedal, só porque tinham um espadagão medieval que urgia alapar dos meros mortais. É lixado usar sempre grandes sobretudos, sobretudo quando começa a ficar assim mais abafado. Finalmente consegui usar o sobretudo na sua forma adverbial e na sua manifestação substantiva numa mesma frase. Já tinha usado mas foi a falar a sério
Flushed from the bathroom of your heart
Não é que seja obcecado com sanitas. Que não sou. E nem é assim por nenhuma razão
E empadas. E também devem fazer folhados. Basicamente tudo o que tenha carne moída ou picada. Lasanha. Empadão. Há muitas coisas. Bolonhesa. Chamuças. Aliás, tudo o que é feito com carne moída foi inventado por donos de restaurantes e do grande capital que queriam aproveitar os restos que outros clientes deixavam nos pratos. Não pensem que foi para agradar ao povo. Eles é que querem que a gente goste de rissóis. Nunca se esqueçam disto. Seguindo o mesmo prisma ideológico, não m’admira nada que o pessoal que faz manequins desvie braços e pernas para o pessoal que vende próteses. Andam os utentes de próteses a pensar que as suas peças artificiais foram desenvolvidas em laboratórios e isso e depois vai-se a ver e não passam de plásticos cortados de um manequim com um serrote ou uma faca dentada daquelas caras dos anúncios que cortam panelas de alumínio e sapatos. Às tantas até é com uma solda, que aquilo até costuma estar bem aparadinho e pouco ou nada denteado. Depois, vá, se calhar metem uns arames para aquilo dobrar e dar uns ares de tecnologia biónica. Não deixa de ser uma trafulhice. Tudo argumentos para convencer até os mais cépticos relativamente às maravilhas da embalsamação e da sua afinidade simbiótica com a indústria das montras, noviços. Sei do que falo. Só para terem uma ideia, a minha avó, que se benzeu logo quando eu disse que queria ser embalsamado e trabalhar numa montra, no final desta minha suprema argumentação já me estava a aconselhar a lã de vidro em vez do habitué algodão como material de recheio. Faz sentido porque diz que o algodão é coisa para apanhar assim muito piolho do algodão. O piolho do algodão é a lepra dos embalsamados, disse-me um dia um vizinho assim mais versado em necrofilia.
E, já na altura, tinha uma colecção admirável de cassetes, ainda que Beta, sobre a temática. Com lã de vidro o piolho do algodão já pia fininho porque ele não é piolho de lã de vidro. Nem sei se, em termos sindicais e isso, o piolho do algodão pode meter o bedelho em lã de vidro. Deve haver uma ordem que superintenda essas coisas, como aquela dos advogados que só deixa ser advogado quem tem estudos e assim cursos. Só se existir um piolho da lã de vidro. Mas duvido. A lã de vidro não é, nem de perto nem de longe, tão popular como o algodão ao ponto de existir na fauna animal um piolho que se ocupe exclusivamente da lã de vidro. Mas estava-se a falar de sanitas. E isto vem a propósito de um interessante debate que desenvolvi recentemente com um meu conhecido. Dizia o citado, com um orgulho parvo, que, uns dias antes, tinha usado uma sanita de latrina pública, no máximo dos máximos, dois ou três minutos depois do Carlos do Carmo lá ter estado sentado. Insurgi-me de imediato, claro está. A questão de usar a sanita depois de alguém sempre me fascinou enquanto fenómeno portador de significações que extravasam em muito a simples necessidade fisiológica. Na minha forma de considerar a matéria, o usufruto da sanita imediatamente a seguir a outro indivíduo revela em que pé está o grau de intimidade que se mantém com o mesmo. Colocando a questão de outro modo, digamos que a maior prova de intimidade e consideração perante alguém revela-se ao mundo quando nos sentamos numa sanita que acabaram de usar. Como é óbvio, quanto menor o tempo de espera, maior a intimidade e consideração.
Ressalvando desde já que sentar-se quando a outra pessoa ainda nem se levantou arrebita logo teses completamente distintas, o cerne de discussão aqui é o tempo de espera quando se trata de sujeitos com os quais até nem se possui qualquer vínculo, seja ele de natureza intimista ou de apreço. Nestes casos, perante desconhecidos ou pessoas com quem não se tem grande confiança, a coisa varia bastante. Há pessoas que esperam um mínimo de uma hora. Para outras bastam alguns minutos, quase sempre uma dezena ou duas. O importante é esclarecer que ninguém vai logo a seguir. Ninguém vai logo a seguir e deixa escapar um “hmmm, quentinho, mesmo como eu gosto” de satisfação. Só se estiver mesmo muito frio. Como naquela reportagem que eu vi uma vez dum indivíduo que tinha tido um acidente e tinha ficado preso debaixo do carro numa vala durante uns dias e depois disse aos jornalistas que o melhor era quando mijava e sentia o quentinho pelas pernas abaixo. Está bem que aquilo até foi no Inverno e eu não duvido que esses momentos fossem o melhor do seu dia. Afinal, preso debaixo de um carro, nem devia haver assim tanta coisa para se distrair. Mas, se fosse comigo, não tinha dito a ninguém. Eu quereria ser conhecido como o gajo que sobreviveu a uma desgraça das grandes e não como o gajo que gostava de se mijar todo pelas pernas abaixo. São opções. Se calhar, até era coisa para as pessoas dizerem “milagre, milagre”, mas dificilmente se será canonizado quando se admite que o melhor era quando se mijava todo. É que não se trata de eu renegar a ideia da sanita quentinha, claro.
Dá jeito, dou isso de barato. Aquilo, sanita, está sempre muito quente no Verão e muito frio no Inverno. Deviam usar o sistema que usam nos prédios, na parte das escadas. Não sei como é que raio fazem nos prédios, mas a verdade é que os sacanas são frescos no Verão e quentinhos no Inverno. Apliquem lá isso às sanitas, que também não custa nada. Mas esse meu amigo dizia aquilo de ter usado a sanita do Carlos do Carmo como se fosse uma coisa boa. Como se fosse algo de que se orgulhar. Além desta sua postura beliscar ao de leve a teoria da sanita enquanto vector de intimidades e estimas pessoais, bem como, evidentemente, da intensidade das mesmas, fiz-lhe logo ver que o Carlos do Carmo nem é assim tão famoso. Com alguma boa vontade, até se perceberia se tivesse sido assim com alguém mais ilustre. Um Luís Represas. Ou então aquele senhor dos Xutos que não é o Tim, nem o Zé Pedro, nem o outro. Ou, olha, um Tozé Martinho. Nesse caso, admito, até era uma coisa porreira para se dizer
Músicas do Sempre (IV)
Frei Hermano da Câmara sempre foi o meu frei preferido. Prefiro-o ao Frei Luís de Sousa e até ao Frei, o esforçado avançado suíço que defende actualmente as cores do fluorescente Borussia de Dortmund. E digo já porquê. Entrementes, para deleite de quem quiser e souber apreciar o saber no seu estado mais puro, fica uma assombrosa miscelânea de História Biográfica, Musicologia, Moda, Teologia, Antropologia, Etnografia e Sociologia. Porque discorrer sobre Frei Hermano assim o exige. Algures não sei quando, Hermano Vasco Villar Cabral da Câmara resolve, qual Cat Stevens da Mouraria, tornar-se monge. Na altura, deve-se ter falado em epifanias e nos chamamentos divinos do costume, mas, a meu ver, a opção reveste-se de contornos muito mais terrenos. As pessoas que vão para monge não passam de indivíduos que gostam muito de andar de fato de treino. Que, portanto, prezam bastante o conforto das vestimentas e menos as imposições sociais que gravitam à volta do traje, esse símbolo da pós-modernidade decadente e cheia de humidade e bolores nos cantos. Se tamanha temeridade me for permitida, até posso aprofundar esta minha tese. Escarafunchar, portanto. Ora então, indo lá a isso, é óbvio que toda a gente preferia andar de fato de treino ou robe o dia inteiro. São as vestes mais confortáveis que existem e ponto final. Eu, sempre que vou a algum lado e não preciso de sair do carro, vou de cuecas e tem dias que nem visto sequer uma camisa e deixo-me ir muito mais confortável com a minha camisola interior da Stucomat é uma grande tinta, Stucomat é da Robialac. Mas mais que isso também não sou capaz. E porquê? A questão aqui é que há regras, socialmente estruturadas e, até ver, inabaláveis, que impelem as pessoas para o uso de roupagens muito menos confortáveis, mas, em contrapartida, bem mais aprazíveis do ponto de vista do consenso e aceitação social que, por exemplo, um fato de treino de pele de pêssego. Mas há pessoas que não se vergam perante qualquer tipo de imposição à qual não reconhecem autoridade. Que, só porque a sociedade assim lhes ordena, não estão para andar desconfortáveis. Este sentimento, de rebelião contra a roupagem imposta, revela-se bastante cedo e tem-se bifurcado em dois comportamentos bastante específicos. Uma vez que são pessoas que gostam bastante de andar de fato de treino ou, se possível, até robe, o que se verifica é que, das duas, uma: ou eram bons a educação física e vão para professores de ginástica, ou eram bons a Religião e Moral e vão para catequistas ou coisas dessas assim de ensinar a ser Deus. Ou seja, e como se terá já por esta altura compreendido, a rebelião destes elementos contra a ordem social imposta nunca se manifesta como total ou absoluta. Ao invés disso, estes grupos sociais optaram por encontrar e desenvolver nichos sociais onde lhes é possível andar de robe ou fato de treino sem que ninguém os proscreva e condene. Frei Hermano é um deles. Sempre preferiu estar confortável e, apenas por isso, foi para monge. Não se trata de vocação, mas sim de preferência. Ninguém tem vocação para nada. Isso são cantigas de neoliberais que falam com o bandulho cheio. Temos é preferências. Frei Hermano teve a sua. Andar confortável o resto da sua vida. Ser monge é isso. É poder andar de robe para sempre. Sempre! Convenhamos que é uma oferta aliciante e, por isso, mas só por isso, é que a profissão de monge apresenta alguns pontos negativos. Explicitando melhor a coisa, adiante-se que o código deontológico dos monges estipula, como regra essencial, a ascese. O mesmo é dizer nada de Playstation e de carnalidades. E tem que ser assim. É que, se assim não fosse, se houvesse Playstation e bambochatas nos mosteiros, toda a gente ia para monge. Porque toda a gente prefere andar todo o santo dia de robe, claro. A estipulação destas regras funciona como medida preventiva e pretende que vá para monge apenas aqueles para quem a liberdade de vestuário é tudo. Mesmo que, à primeira vista, o hábito dos monges pareça que tem uma textura um pouco semelhante à serapilheira, convém lembrar que, tal como se fazia com aquelas camisolas de lã que picava como tudo, basta usar uma camisola por baixo para tudo voltar ao ponto máximo da confortabilidade. Sim, aquilo não é para usar em cima da pele.
Não obstante tudo o que foi pronunciado, a razão por que prefiro o Frei Hermano ao Frei Luís e ao Frei é de natureza distinta. Hermano, além de monge, é um afamado intérprete de melodias tradicionais e sacras. Logo aqui, há que destacar Frei Hermano da Câmara. Destacar porque no ranking de nome mais porreiro do mundo da música, Frei só perde para Ney Matogrosso. Mas, ainda acima disso, surge o facto de, no seu imenso repertório, existir uma cantiga que, por si só, é coisa para cristalizar eternamente o carácter visionário de Frei Hermano. É nesta canção que se percebe, de forma inequívoca e irreversível, como seria um desperdício ignorar o absurdo potencial que Jesus possui enquanto clube de futebol. O título é, precisamente, “Jesus” e faz parte de “Suave Milagre – O Melhor de Frei Hermano”, uma obra imprescindível em todas as fonotecas e até videotecas. Se houver teledisco disto. Não sei se há. É capaz de haver. Frei Hermano, não de forma directa e prosaica, mas, antes pelo contrário, de forma rebuçada e profunda, procura mostrar ao mundo, e sobretudo às ordens instituídas, como Jesus precisa de se adaptar aos novos tempos. Jesus precisa de ser um clube de futebol. Sim, outros teóricos já tinham pensado nisso e até tecido considerandos. Mas algum se chegou à frente e criou um cântico para usar no estádio? Não. Foi o Hermano. Foi o Hermano que rompeu com o carácter monocórdico e sem ritmo de estádio que populares cânticos como o Pai-nosso e o Ave-maria sempre tiveram. Populares, mas que impediam Jesus de ser um clube de futebol. Hermano já fez a sua parte. Para quando um Sporting x Jesus?
É favor acompanhar as palmas com ritmo condizente e gritar a parte do “Jesus!” com força!
Se
Nos telejornais, e, portanto, também no meu preferido, é frequente a cisma de dividir as notícias em boas e más. A boa notícia pode ser, para o efeito, ilustrada pelo modelo teórico “O Papa foi ali a um país e disse isto para haver paz”. A má, “Há fome em África e o pouco que há está um bocado insonso”. Sou contra esta divisão tão gritante entre notícias boas e notícias más. Não concordo. Exceptuando as ocasiões em que digo o oposto, considero que nada neste mundo é apenas uma só coisa. Nada é uno. Sim, acabaram de presenciar Filosofia do mais alto requinte. Daí a letra capital e tudo. E não é requinte como em “Ferrero Rocher…satisfaz o desejo de requinte”. Isto é aqui é a sério. Não são lambarices, é filosofia ao vivo. Concluo então, e sem mais demoras, a argumentação aflorada mesmo agorinha. Primeiro, a suposta boa notícia. O Papa foi ali a um país e disse isto? Sim, mas foi a ler um papel, por isso, grande coisa, assim também eu falava línguas em estrangeiro e dizia para as pessoas se portarem bem e serem amigas. Agora a má. Há fome em África? Sim, há, mas ao menos nunca é preciso levar casaco ou agasalho. E toda a gente sabe como é uma chatice sair para algum lado e depois ficar cheio de frio a lamentar-se a noite toda só porque se não lembrou de trazer um casaco. Viram como nada é apenas isto ou aquilo? Mas, pronto, isto, esta divisão absolutista entre notícias boas e notícias más, ainda é o menos. O pior mesmo, o auge da imbecilidade dos telejornais – programas que eu, como é sabido, até aprecio, até considero, prezo e respeito –, é quando eles nos dão informações do gabarito de um “Se fosse vivo, Mozart faria hoje trezentos anos”. Isto faz-me confusão por um conjunto de motivos, sendo os mais chocantes exactamente os que se seguem – e embora eu tenha acabado de usar um plural é bem provável que se trate apenas de um único motivo. Paciência. Ora então, com licença, faz favor, mas a hipótese do Mozart, por ocasião do seu trecentésimo aniversário, poder estar em Salzburgo a tocar o “Parabéns” num órgão da Casio é assim tão real? Será que só não está vivo para festejar o seu terceiro século de existência porque ocorreu um daqueles azares da vida que dão que pensar e que ceifam a vida de jovens à beira dos trezentos anos? O homem lá teve a sua época, os toques que inventou para telemóveis tiveram também a sua era e os seus quinze minutos de fama, mas não queiram fazer das pessoas parvas, hã? Não há pessoas com trezentos anos. Portanto, se tiverem essa delicadeza e essa atenção, era favor pararem com essa merda do “Mozart fazer trezentos anos se ainda estivesse vivo”. Não nos tentem iludir com os vossos esquemas subterrâneos de dimensão semântica e aplicações um tudo-nada científicas de lógicas e semióticas de pacotilha. Vejo telejornais para ser regalado com notícias a sério e não com fantochadas. Para mais, num país onde há um potencial absurdo do ponto de vista noticioso, num país onde, mais coisa, menos coisa, dia sim, dia não, deve entrar um gajo nas urgências com um pionés ou um agrafo no olho, não estou para apanhar com “Mozarts se fossem vivos faziam trezentos anos”. Por conseguinte, é ter mais cuidado e pode ser que a gente não se chateie.
Aprende por arte e irás por diante
Hoje rodopiei até ficar tonto. É, em mim, costumeira a arte de rodopiar até ficar tonto. Domino-a eximiamente e pratico-a com frequência assinalável. É uma arte que se está a inexplicavelmente a perder no turbilhão de progresso impessoal a que eles, os arteiros da maçonaria que mandam nisto tudo, nos condenaram. Já ninguém quer saber de rodopiar até ficar tonto. Os jovens não lhe pegam. Agora só querem andar na cadelice, na estragação e na gandulagem. Já que o assunto até coiso, e só assim em laivo de curiosidade e isso, é com pesar que registo ainda que um outro valoroso ofício está pelas ruas da amargura. A outrora majestosa arte de gritar números ao acaso quanto alguém está a contar alguma coisa. Claro que, quanto mais importante for a contagem, de maior importância e adequabilidade se reveste também a arte de gritar números ao calha. O que é inadmissível é que, por exemplo, eu vá registar o Euromilhões e, quando me ponho a gritar números à balda enquanto as outras pessoas preenchem os boletins, olhem para mim como se fosse algum maluquinho da cabeça. Palavra de honra que francamente. E já nem faço isto em alguns sítios. Sim, porque já se percebeu que, para a polícia, ir fazer isto para as Finanças parece que é o mesmo que andar a roubar ou a matar. E o que mais me revolta nisto tudo é que há quem insista em manter tradições medievais como o folclore ou os anões, mas depois ninguém quer saber de costumes bem mais admiráveis. Enfim, e antes que fique pior dos meus nervos, reporte-se que vejo no rodopiar até ficar tonto muito mais que uma vertiginosa experiência. Sim, é uma vertiginosa experiência, mas não é apenas e só uma vertiginosa experiência. Custa-me, dói-me o coração, que em pleno século XXI ainda exista quem ignore o potencial terapêutico do rodopiar até ficar tonto. Ou, por outra, a sua extraordinária capacidade de resolver problemas. Quanto sou confrontado com uma dificuldade, simplesmente rodopio até ficar tonto. Rodopio tanto até ficar tão tonto que, quando recupero o que quer que seja que me vai mantendo em pé no quotidiano e em comunidade durante o sábado em que me calha ir levar o lixo e ao mercado comprar película aderente ou papel de alumínio se não houver película aderente da marca que nós gostamos, o problema já se foi embora. Às vezes até já é outro dia.
Esquimó, rim e jangada
Estão assim eleitos, pela maior autoridade do planeta em assuntos em geral, questões em particular e conclusões com maior índice de propriedade focalizadas em toda e qualquer prática libidinosa entre mamíferos menos os elefantes-marinhos e a Júlia Pinheiro que essa gente mete nojo, os três piores nomes de bolos.
Obrigadinho, até mai’ logo.
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