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Olhe que não, shô Doutor! Olhe que não...

Verdades absolutas sobre basicamente tudo.
All great truths begin as blasphemies.
Nem mais. Porra. 

20 de novembro de 2006

Flushed from the bathroom of your heart












Não é que seja obcecado com sanitas. Que não sou. E nem é assim por nenhuma razão em especial. Até acho que é salutar discutir estas coisas das obsessões em público, seja em paragens de autocarro ou em jantares de família. Certa vez, precisamente num jantar de família, assim só porque não havia tema de cavaqueira a não ser o arroz de míscaros e eu não sei grande coisa sobre arroz de míscaros e queria participar na conversa dos adultos, decidi confessar que, quando deixasse de estar vivo, queria ser embalsamado e trabalhar numa montra. Mas não é daquelas porcarias à múmia. Ou aquilo está muito mal feito ou as pessoas no Egipto eram feias como’ò raio. É um bocadinho das duas coisas, às tantas, que aquilo é norte de África. Mas esgrimi argumentos à mesa e tudo. Primeiro, não percebo porque é que a embalsamação há-de ser um privilégio do Lenine e das cabeças de alce. Segundo, estou farto de ver montras com manequins sem braços e com bronzeados de ir à neve em Fevereiro. E uns sem cabeça também. Quero ver pessoas. É suposto sentirmo-nos relacionados com o que se vê numa montra, acho eu. De que raio me serve olhar para uma montra e pensar “Eh lá, que aquele colete em cetim é coisa para me cair bem”, se, logo a seguir, tenho que voltar à realidade e constatar que “oh, mas eu tenho cabeça e braços… aquilo de certeza que só fica bem humanóides amputados, esses sortudos do caraças”? Intimamente, cá no meu âmago, considero que faz tudo parte de uma grande esquema. Um embuste organizado entre o pessoal que faz manequins e o pessoal que vende próteses. Assim uma coisa ao estilo dos restaurantes moerem a carne que as pessoas deixam no prato para fazerem rissóis e croquetes.

E empadas. E também devem fazer folhados. Basicamente tudo o que tenha carne moída ou picada. Lasanha. Empadão. Há muitas coisas. Bolonhesa. Chamuças. Aliás, tudo o que é feito com carne moída foi inventado por donos de restaurantes e do grande capital que queriam aproveitar os restos que outros clientes deixavam nos pratos. Não pensem que foi para agradar ao povo. Eles é que querem que a gente goste de rissóis. Nunca se esqueçam disto. Seguindo o mesmo prisma ideológico, não m’admira nada que o pessoal que faz manequins desvie braços e pernas para o pessoal que vende próteses. Andam os utentes de próteses a pensar que as suas peças artificiais foram desenvolvidas em laboratórios e isso e depois vai-se a ver e não passam de plásticos cortados de um manequim com um serrote ou uma faca dentada daquelas caras dos anúncios que cortam panelas de alumínio e sapatos. Às tantas até é com uma solda, que aquilo até costuma estar bem aparadinho e pouco ou nada denteado. Depois, vá, se calhar metem uns arames para aquilo dobrar e dar uns ares de tecnologia biónica. Não deixa de ser uma trafulhice. Tudo argumentos para convencer até os mais cépticos relativamente às maravilhas da embalsamação e da sua afinidade simbiótica com a indústria das montras, noviços. Sei do que falo. Só para terem uma ideia, a minha avó, que se benzeu logo quando eu disse que queria ser embalsamado e trabalhar numa montra, no final desta minha suprema argumentação já me estava a aconselhar a lã de vidro em vez do habitué algodão como material de recheio. Faz sentido porque diz que o algodão é coisa para apanhar assim muito piolho do algodão. O piolho do algodão é a lepra dos embalsamados, disse-me um dia um vizinho assim mais versado em necrofilia.

E, já na altura, tinha uma colecção admirável de cassetes, ainda que Beta, sobre a temática. Com lã de vidro o piolho do algodão já pia fininho porque ele não é piolho de lã de vidro. Nem sei se, em termos sindicais e isso, o piolho do algodão pode meter o bedelho em lã de vidro. Deve haver uma ordem que superintenda essas coisas, como aquela dos advogados que só deixa ser advogado quem tem estudos e assim cursos. Só se existir um piolho da lã de vidro. Mas duvido. A lã de vidro não é, nem de perto nem de longe, tão popular como o algodão ao ponto de existir na fauna animal um piolho que se ocupe exclusivamente da lã de vidro. Mas estava-se a falar de sanitas. E isto vem a propósito de um interessante debate que desenvolvi recentemente com um meu conhecido. Dizia o citado, com um orgulho parvo, que, uns dias antes, tinha usado uma sanita de latrina pública, no máximo dos máximos, dois ou três minutos depois do Carlos do Carmo lá ter estado sentado. Insurgi-me de imediato, claro está. A questão de usar a sanita depois de alguém sempre me fascinou enquanto fenómeno portador de significações que extravasam em muito a simples necessidade fisiológica. Na minha forma de considerar a matéria, o usufruto da sanita imediatamente a seguir a outro indivíduo revela em que pé está o grau de intimidade que se mantém com o mesmo. Colocando a questão de outro modo, digamos que a maior prova de intimidade e consideração perante alguém revela-se ao mundo quando nos sentamos numa sanita que acabaram de usar. Como é óbvio, quanto menor o tempo de espera, maior a intimidade e consideração.

Ressalvando desde já que sentar-se quando a outra pessoa ainda nem se levantou arrebita logo teses completamente distintas, o cerne de discussão aqui é o tempo de espera quando se trata de sujeitos com os quais até nem se possui qualquer vínculo, seja ele de natureza intimista ou de apreço. Nestes casos, perante desconhecidos ou pessoas com quem não se tem grande confiança, a coisa varia bastante. Há pessoas que esperam um mínimo de uma hora. Para outras bastam alguns minutos, quase sempre uma dezena ou duas. O importante é esclarecer que ninguém vai logo a seguir. Ninguém vai logo a seguir e deixa escapar um “hmmm, quentinho, mesmo como eu gosto” de satisfação. Só se estiver mesmo muito frio. Como naquela reportagem que eu vi uma vez dum indivíduo que tinha tido um acidente e tinha ficado preso debaixo do carro numa vala durante uns dias e depois disse aos jornalistas que o melhor era quando mijava e sentia o quentinho pelas pernas abaixo. Está bem que aquilo até foi no Inverno e eu não duvido que esses momentos fossem o melhor do seu dia. Afinal, preso debaixo de um carro, nem devia haver assim tanta coisa para se distrair. Mas, se fosse comigo, não tinha dito a ninguém. Eu quereria ser conhecido como o gajo que sobreviveu a uma desgraça das grandes e não como o gajo que gostava de se mijar todo pelas pernas abaixo. São opções. Se calhar, até era coisa para as pessoas dizerem “milagre, milagre”, mas dificilmente se será canonizado quando se admite que o melhor era quando se mijava todo. É que não se trata de eu renegar a ideia da sanita quentinha, claro.

Dá jeito, dou isso de barato. Aquilo, sanita, está sempre muito quente no Verão e muito frio no Inverno. Deviam usar o sistema que usam nos prédios, na parte das escadas. Não sei como é que raio fazem nos prédios, mas a verdade é que os sacanas são frescos no Verão e quentinhos no Inverno. Apliquem lá isso às sanitas, que também não custa nada. Mas esse meu amigo dizia aquilo de ter usado a sanita do Carlos do Carmo como se fosse uma coisa boa. Como se fosse algo de que se orgulhar. Além desta sua postura beliscar ao de leve a teoria da sanita enquanto vector de intimidades e estimas pessoais, bem como, evidentemente, da intensidade das mesmas, fiz-lhe logo ver que o Carlos do Carmo nem é assim tão famoso. Com alguma boa vontade, até se perceberia se tivesse sido assim com alguém mais ilustre. Um Luís Represas. Ou então aquele senhor dos Xutos que não é o Tim, nem o Zé Pedro, nem o outro. Ou, olha, um Tozé Martinho. Nesse caso, admito, até era uma coisa porreira para se dizer em festas. Eu uma vez andei no mesmo elevador que aquele senhor dos UHF e esta acaba por ser das poucas histórias interessantes que tenho para contar envolvendo pessoas conhecidas. Nesse sentido, um usar a sanita depois de alguém famoso até é detentor de alguma carga positiva e de afirmação pessoal perante o grupo. Mas não com o Carlos do Carmo. Além de não ser suficientemente famoso, é senhor para, em virtude da considerável vetustez, já apresentar muito mais prática com arrastadeiras e penicos, e, por causa disso, deixar as sanitas com mais um ou outro adjectivo para além de "quentinhas". Pensando bem, já nem me lembro se esta ocorrência da sanita envolvia o Carlos do Carmo ou o Ruy de Carvalho. Assim como assim, vai dar ao mesmo.


Anonymous Anónimo said...

Pá, não acredito nesta história.
Tanto o Ruy de Carvalho como o Carlos do Carmo usam fraldas para incontinentes. E se entram numa casa de banho, é apenas para mudar a fralda, que enfiam pela sanita abaixo, deixando aquilo tudo entupido e impossível de ser usado a seguir.  


Blogger J. Salinas said...

Não que isso interesse muito, mas 'tou a ver que percebe pouco do assunto. Para que conste, uma sanita dá sempre para usar desde que ainda não esteja a deitar fora.  


Anonymous Anónimo said...

Se fossem todos como eu não haveriam WCs publicos, não entro lá nem para mijar! Só em casa ou no pinhal!  


Blogger El Ranys said...

E lá se foi o antigo layout pela saniata abaixo. Gosto mais deste branco. Nos blogues, como no papel higiénico, o branco não engana.  


Blogger J. Salinas said...

Para mim, sempre tinha sido branco. Mas ontem mexeram-me aqui nas definições do ecrã e aquilo afinal sempre foi preto.  


Anonymous Anónimo said...

ainda numa lógica de harmonia com os restantes posts: depois de morrer quero ser embalsamada mas, nada de ir trabalhar... quero ficar no sofá da sala dos meus filhos. No quentinho, porque a mais valia que posso garantir é impagável. Pois que podem ir de férias, pois que podem sair tranquilos. E eu ali. A sorrir, ou não.  


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