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Olhe que não, shô Doutor! Olhe que não...

Verdades absolutas sobre basicamente tudo.
All great truths begin as blasphemies.
Nem mais. Porra. 

13 de novembro de 2006

Se











Considero-me um admirador da informação televisiva, e, não só por isso, mas também porque faço o que m’apetece, estou à vontade para afirmar que há lacunas a cauterizar em tão nobre área. Mas, amansem lá, que não vou dizer que telejornal é o meu preferido. O motivo é simples, mas ao mesmo tempo revelador da minha magnificência a todos níveis analíticos. Não quero que, daqui a uns dias, esteja o país inteiro a ver o mesmo que eu. É que depois os outros telejornais não têm audiências e aquele pessoal das redacções é todo despedido. E depois é mais um fluxo brutal de pedintes a cair nas ruas. E eu já apanho alguns bem lixados nas rotas que normalmente sou obrigado a usar para ir tratar de assuntos e assim isso que se faz quando se é crescido. Tenho alguns mendigos bem tramados, tenho. Daqueles que usam truques para olharmos para eles. O contacto visual é a grande arma dos madraços e eles sabem disso. Os sacanas sabem. Mas eu também não nasci ontem. Também tenho artimanhas, camaradas esmolantes. Um exemplo? Até dou dois, que comigo é tudo aos pares, inclusive, e sobretudo, as cabeçadas. Mormente por uma questão de balanço, mas a estética do movimento também acaba por ter o seu peso se quisermos avaliar a coisa como deve ser. Quanto aos truques que prometi desvendar, posso adiantar que, primeiro, sou mestre na arte de bem coordenar o passo, abrandando ou acelerando a locomoção, de modo a que, quando passar pelo vosso raio de acção, vocês, mendicantes, estejam precisamente a interpelar outros indivíduos. Além do mais, e segundo, não cometo o erro primário de vos dar moedas ali ao pé de minha casa ou nos sítios que mais frequento. Porque, com mendigos, a história é sempre a mesma. É como dar comida a um gato vadio. Depois já se sabe que no outro dia o gajo está lá outra vez a miar e depois quem ouve bocas nas reuniões de condomínio sou eu só porque dei um bocado de paio a um gato uma vez ou várias e agora o gajo passa lá o dia inteiro a miar perto da porta do prédio e faz eco lá dentro porque o prédio foi mal isolado pelo empreiteiro que era um trafulha que só metia ao bolso e enganava as pessoas e depois o barulho do eco, assim fininho, mesmo fininho, caramba, assim tipo ventaneira mas em miado de animal, acordou o enteado não sei de quem que sofre de problemas desde que se pôs à bulha com o padrinho do crisma por causa duns terrenos e das partilhas. E eu não estou para me chatear. Por isso, como disse, é melhor não desvendar a minha preferência em termos de telejornais. Só dou uma pista, vá. O pivot mais habitual do dito programa informativo é um daqueles indivíduos cuja voz não corresponde lá muito bem à cara que tem. Sabem que gente é esta? Nunca vos aconteceu verem uma pessoa, a cara dela e assim, e depois ela fala e a voz não faz sentido nenhum naquela cara? Que nervos que esta gente mete. Essa porcaria para mim é uma doença, como o lúpus ou os bigodes, só para deixar mais um par de exemplos. Não peço harmonia total entre cara e voz, mas também ninguém me paga para aturar exageros. A minha liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros, sim senhoras, mas só desde que a cara e voz dos outros mantenham uma relação com um pingo de harmonia. Caso contrário, chapéu!

Nos telejornais, e, portanto, também no meu preferido, é frequente a cisma de dividir as notícias em boas e más. A boa notícia pode ser, para o efeito, ilustrada pelo modelo teórico “O Papa foi ali a um país e disse isto para haver paz”. A má, “Há fome em África e o pouco que há está um bocado insonso”. Sou contra esta divisão tão gritante entre notícias boas e notícias más. Não concordo. Exceptuando as ocasiões em que digo o oposto, considero que nada neste mundo é apenas uma só coisa. Nada é uno. Sim, acabaram de presenciar Filosofia do mais alto requinte. Daí a letra capital e tudo. E não é requinte como em “Ferrero Rocher…satisfaz o desejo de requinte”. Isto é aqui é a sério. Não são lambarices, é filosofia ao vivo. Concluo então, e sem mais demoras, a argumentação aflorada mesmo agorinha. Primeiro, a suposta boa notícia. O Papa foi ali a um país e disse isto? Sim, mas foi a ler um papel, por isso, grande coisa, assim também eu falava línguas em estrangeiro e dizia para as pessoas se portarem bem e serem amigas. Agora a má. Há fome em África? Sim, há, mas ao menos nunca é preciso levar casaco ou agasalho. E toda a gente sabe como é uma chatice sair para algum lado e depois ficar cheio de frio a lamentar-se a noite toda só porque se não lembrou de trazer um casaco. Viram como nada é apenas isto ou aquilo? Mas, pronto, isto, esta divisão absolutista entre notícias boas e notícias más, ainda é o menos. O pior mesmo, o auge da imbecilidade dos telejornais – programas que eu, como é sabido, até aprecio, até considero, prezo e respeito –, é quando eles nos dão informações do gabarito de um “Se fosse vivo, Mozart faria hoje trezentos anos”. Isto faz-me confusão por um conjunto de motivos, sendo os mais chocantes exactamente os que se seguem – e embora eu tenha acabado de usar um plural é bem provável que se trate apenas de um único motivo. Paciência. Ora então, com licença, faz favor, mas a hipótese do Mozart, por ocasião do seu trecentésimo aniversário, poder estar em Salzburgo a tocar o “Parabéns” num órgão da Casio é assim tão real? Será que só não está vivo para festejar o seu terceiro século de existência porque ocorreu um daqueles azares da vida que dão que pensar e que ceifam a vida de jovens à beira dos trezentos anos? O homem lá teve a sua época, os toques que inventou para telemóveis tiveram também a sua era e os seus quinze minutos de fama, mas não queiram fazer das pessoas parvas, hã? Não há pessoas com trezentos anos. Portanto, se tiverem essa delicadeza e essa atenção, era favor pararem com essa merda do “Mozart fazer trezentos anos se ainda estivesse vivo”. Não nos tentem iludir com os vossos esquemas subterrâneos de dimensão semântica e aplicações um tudo-nada científicas de lógicas e semióticas de pacotilha. Vejo telejornais para ser regalado com notícias a sério e não com fantochadas. Para mais, num país onde há um potencial absurdo do ponto de vista noticioso, num país onde, mais coisa, menos coisa, dia sim, dia não, deve entrar um gajo nas urgências com um pionés ou um agrafo no olho, não estou para apanhar com “Mozarts se fossem vivos faziam trezentos anos”. Por conseguinte, é ter mais cuidado e pode ser que a gente não se chateie.


Blogger Nuno said...

Pois é, é por essas e por outras que na televisão só vejo desporto, e agora até melhorou que já não tenho de levar com o Grabriel Alves e a sua sabedoria infinita.  


Anonymous Anónimo said...

Pior do que a voz não corresponder à cara, é uma rapariga, mesmo, mesmo gira, ter uma voz tipo Cinha Jardim. Se a cara não fosse grande espingarda, ainda se tolerava...

Ah, e sempre que alguém vem pedir paz para o mundo e coisas do género, lembremo-nos dos pobres traficantes de armas e das numerosas famílias que de tão funesta actividade dependem. Nenhuma notícia é uma boa notícia.  


Anonymous Anónimo said...

Apoiado!
Mas antes, antes dessas tretas todas há uma que me irrita muito mais!
É o destrinçar com tal promenor uma notícia que já toda a gente sabe o que se passa, e vir comentadores de todo o lado (tipo Nunos Rogeiros, que eu até aprecio o gajo... quer dizer... nada de más interpretações, não aprecio gajos, isto é, nem gosto nada dele, aliás... acho mesmo que o detesto, mas pronto... não desgosto das opiniões dele, vá lá) e veem dizer sempre aquilo que já foi dito na semana passada sobre a mesma notícia. Isto acontece sempre com merdas onde morreu muita gente. Pronto... morreu muita gente. Paciência! Antes eles que eu. Está a noticia dada, adiante! Siga para a frente!
É por essas e por outras, que eu gosto dos noticiarios do norte da Europa. Na Suécia, Dinamarca e paises assim desses que tem sempre muito frio, os programas desse gênero não teem mais de 20 minutos! Abençoados!!! Pena eu não perceber 'um boi' daquelas línguas esquesitas, e agora que me lembro, daqui deste canto, tambem não se apanha lá muito bem a TV Sueca (eu até gostava, as suecas são muito melhores a fazer novelas que a Floribela).
E voltando ao assunto... o que me leva a perguntar, se não fosse essa merda dessa noticia que demora 99% do tempo que esse programa de informação televisiva tem, que iriam os gajos falar? Ia estar ali o pivot calado 50 minutos? Ou (e este é o meu sonho) ia dizer "Boa noite, mas hoje não ha notícias, até amanhã" ?  


Anonymous Anónimo said...

Quanto a pessoas cuja aparência não tem nada a ver com a sua voz, lembro-me do Steven Segal. Um homem daquele tamanho com uma voz de menino Tonecas?? Desastroso, como é que um bandido pode ter respeito por um gajo destes??!!!  


Anonymous Anónimo said...

Se eliminarmos o facto de estares a pactuar com os assassinos da língua portuguesa que dizem "insonso" em vez de "insosso"... grande post :)  


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