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Olhe que não, shô Doutor! Olhe que não...

Verdades absolutas sobre basicamente tudo.
All great truths begin as blasphemies.
Nem mais. Porra. 

15 de maio de 2006

O hábito faz o monge















Levo já vários anos a ver televisão. Mais de duas décadas de experiência acumulada nesse ramo do saber. Aproveito até este bocadinho para anunciar ao mundo que no exacto dia em que eu nasci, nascia também a televisão a cores em Portugal. Sim, eu não tive que ir a Espanha para ver como era isso da televisão a cores. Ou isto de ir a Espanha para experimentar coisas que não havia cá, só se fez com a Coca-Cola? Agora que penso nisso, acho que nem tive logo um aparelho capacitado de reproduzir as maravilhas da comunicação a cores. Essa maravilha de, finalmente, poder saber, por exemplo, se o Raul Durão tinha ou não o tom de pele impecavelmente bronzeado que se anunciava por aí. Se tivesse que arriscar, diria que não, não tive logo uma televisão a cores. Mas essa novidade, a da cor, nasceu comigo. E o que sei é que a primeira televisão a cores que me lembro de ter, acabou por perder uma ou outra cor (o verde e o azul, parece-me) após alguns anos de utilização compulsiva. Depois, lá se arranjou um íman lá para casa, que, diziam os entendidos, se colocado durante uns momentos por dia, junto à TV de forma lateral, punha aquilo como novo. Vim a saber que, claro, não passava de mais um mito, assim parecido com aquele das pulseiras idiotas, aquelas douradas e com duas bolinhas, que se dizia curarem o reumatismo; mas que mais não faziam que ser um muito eficaz meio d’identificação de pessoas fáceis de empandeirar por tudo e todos. Se bem me lembro, até cheguei a ouvir que, se o íman não funcionasse, se deveria usar um secador, e, aí sim, as cores perdidas, ou simplesmente esbatidas, não só voltariam, como ainda se haveria de gabar a brutal pujança adquirida. Às vezes, regressavam em vigorosas tonalidades fluorescentes, acrescentavam mesmo alguns.

Fosse como fosse, nunca seria um processo imediato. E, cá por casa, acabou por só se recorrer mesmo às propriedades do íman. Nada de secadores. É que, mesmo durante os anos 80, havia limites para as figuras de parvo que se podia fazer. Além disso, o íman é que era uma coisa fascinante. Poderosa, mas ao mesmo tempo – e como deve ser nestas coisas – bastante enigmática. Eu até pensava que tinha qualquer coisa a ver com o He-man, o dos bonecos, e por isso, a dada altura, cheguei a ponderar a hipótese de, se usasse o íman durante aquelas aventuras de animação, algo cósmico, transcendente e, enfim, porreiro para mim, iria acontecer. Da teoria à prática, tenho a declarar que o máximo que aconteceu foi, minutos depois de usar o íman durante o He-man, ter visto pela primeira vez um homem com um bócio tão grande que mais parecia um gémeo siamês. Mas um daqueles siameses que tinha deixado de crescer para aí aos 12 anos. Já bem crescidote, portanto. Não achei grande espingarda. Estava à espera d’algo que me deixasse, sim, boquiaberto, sim, estupefacto, sim, estarrecido; mas nunca num terreno e básico sentido “chiça, que raio é aquilo que aquele senhor tem debaixo do queixo?”. Sendo certo que, para quem, como eu, ainda só tinha visto uns duplos queixos um tudo-nada mais papudos – e, de certa forma, já com uma certa aura de aberração circense –, um bócio descomunal é algo para, vá lá, ainda assarapantar. Mas esperava assim mais uma coisa como ter acesso a uma dimensão paralela ou ficar com visão raio X. Quem sabe, transformar-me num super-herói, que eu na altura até gostava bastante de usar collants. Mas nada disso. Só a visão duma porcaria dum bócio gigante.















Bem, serve este pequeno intróito, que vou fazer questão que acabe por ficar maior que o que se lhe segue, para dizer que me considero uma inatacável autoridade na matéria “televisão a cores”. Cronologicamente, ela nasceu comigo. E, em todos os anos que levo a ver televisão, já deu para perceber que existem duas entidades profissionais que se apresentam no mundo audiovisual de forma distinta das demais. A saber, os polícias e as altas patentes do exército. E destacam-se pelo simples facto de serem as únicas que, invariavelmente, aparecem na televisão com a roupa de trabalho. Com as fardas, vá.

Sempre que vão aos noticiários, às entrevistas, aos debates, estas duas entidades profissionais parece que têm que figurar fardadas. Não se percebe porquê. Os polícias, por exemplo, que até aparecem bastante, podiam, mesmo dentro do contexto “farda”, ir variando qualquer coisita. Podiam, sei lá, ir como os agentes do teledisco “Sabotage”, dos Beastie Boys. Ou vestirem-se à polícia sinaleiro, com aquela indumentária que até chegou a ilustrar uns sinais de trânsito aqui há uns anos. Com um chapéuzinho à polícia inglês, mas em branco; umas luvas ali já a caminhar para o compridote, também elas brancas; e uma farda num azul bem mais vivo que a indumentária padrão. Parecia de ganga e tudo. E desde quando é que um fato completo de ganga é feio ou parece mal? Vamos lá ver, afinal de contas, a farda desse virtuoso indivíduo que, qual maestro de renome mundial, coordena toda uma orquestra de automobilistas, é tabu quando toca a aparecer na TV, é? Vai um polícia ao “Prós e Contras”, pronto, já se sabe que vai todo equipado, como se aquilo fosse a Rua Sésamo e as pessoas, para não confundirem os mais garotos, se vestissem consoante aquilo que fazem profissionalmente. Um teatrozinho, com roupinhas e tudo. Podia ser assim com todos então. Os médicos iam de bata branca e com o estetoscópio. Os engenheiros civis iam com um capacete amarelo e uma pasta com folhas cheias de gruas e prédios desenhados. O talhante iria com um avental largo, sujo de sangue, e com um cutelo. O terrorista ia de árabe, com aquela touca, a barba e umas barras de dinamite, daquelas vermelhas compridas iguais às dos bonecos. E por aí fora. Quem ligasse a TV a meio do debate, facilmente perceberia quem era o quê. Deve ser esta dinâmica que os polícias e o pessoal do exército querem estabelecer como regra.

Não postergando o pessoal da polícia, os meus preferidos acabam mesmo por ser os generais e os coronéis, esse pessoal das continências e que combinam os duelos. Aparecem sempre com os seus pins, as bandeirinhas, as estrelinhas e até uns aviõezinhos de brincar, tudo preso ali por cima do bolso do casaco. Parecem aqueles miúdos que ganharam uma corrida de corta-mato no sábado e levam a medalha ao pescoço a semana toda para tudo quanto é lado. Os generais, os marechais e os coronéis são assim. Mas não é só durante uma semana. Não se fartam. Este pessoal, para aparecer na TV, produz-se de tal forma que mais parece que vão a enterrar a seguir e não lhes dá jeito ainda ir a casa. Vão directos para o velório. Vestidos de abajur pindérico. Por uma vez, gostava de ver um gajo do exército vestido à civil na TV. A dar opiniões, a matutar, a discutir temas, assuntos, temáticas, matérias, conteúdos, teores. Enfim, coisas. Bem, o Valentim Loureiro, vulgo Major, será a excepção à regra, porque, verdade seja dita, até já de chambre, à porta de casa, o vimos aos gritos em frente às câmaras. Mas o grande problema é que, agora, à pala dessa mania já instituída, as altas patentes do exército correm o risco de, quando quiserem ir assim mais desportivos para um debate, alguém lhes dizer “Você aí de calções de ganga e pólo preto da Macieira é que é o General Costa Guedes? Ponha-se mas é a andar. Quem é que pensa que engana?” e ficar à porta. Ou, quanto muito, até conseguir o tempo d’antena, mas, porque não está vestido como nos habituaram a ver, ninguém acreditar nele. Podem muito bem já ter entrado num ponto sem retorno em relação a estas coisas. E é bem feita. Pronto. Era só isto.


Blogger El Ranys said...

Peço desculpa pela intromissão, mas o que recordo com mais saudade dos primórdios da televisão a cores é a Valentina Torres e as suas fatiotas rendadas.
Não é por nada, mas senti que tinha que partilhar isto...  


Anonymous Anónimo said...

Tem graça que no outro dia ouvi o Armando Gama a dizer exactamente o mesmo! Além disso ele também disse que, desde aquela vez em que foi aos Açores, que anda farto de comer carne de baleia.  


Blogger J. Salinas said...

Obrigadinho a ambos pelas maravilhosas imagens mentais da Valentina Torres com uma indumentária rendada e do seu esposo a comer carne de baleia. Não sei qual a mais perturbadora.

Talvez a segunda, até porque, e uma vez que não consigo deixar de incluir a Valentina Torres em ambas, o Armando Gama a comer uma baleia deve ser coisa para cegar.  


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