Vi nas notícias que uma baleia assassina atacou o próprio treinador. Pelos vistos, o ataque de fúria do mamífero (o “assassino”, não o explorador capitalista) deveu-se ao facto de o dito estar a atravessar a sempre penosa fase da adolescência, a qual, como é amplamente difundido (um abraço, Daniel Sampaio), se caracteriza pelas frequentes manifestações de comportamentos inexplicáveis que, todavia, não devemos rejeitar, mas sim tentar compreender (dá sono, não dá? A mim também.)
Bem, sinceramente, parece-me que o ataque de fúria se deve a outras razões. A duas razões para ser mais exacto. Primeiro, as baleias assassinas não gostam do trabalho que fazem e que parece ser o único que o mercado lhes reconhece. É lixado conseguir sacar um nome tão porreiro como “baleia assassina” e depois ter que andar uma vida inteira a equilibrar um gajo (que usa um fato justo colado ao corpo) no nariz e lhes dá um mísero carapau em troca da prova de destreza. As baleias sempre acharam que equilibrar coisas, dar cambalhotas e bater palmas era trabalho de foca. Não de uma baleia assassina. E comer sardinhas e carapaus parece-vos comida de assassinos? Pois, a elas também não.
Segundo, e apesar do trabalho desprestigiante, as baleias ainda tinham motivos de orgulho. Mas mesmos estes foram arrasados pelo mercado (agora cinematográfico): já de há uns anos a esta parte que os filmes “Libertem Willy” tem vindo a cair drasticamente em desgraça. Já não passam aos Domingos à tarde na SIC, e a TVI sempre preferiu filmes com cães inteligentes e macacos animados, provando vezes sem conta que os filmes de baleias acossadas nunca fizeram muito o género da estação. Além disso, o Willy original faleceu no ano passado na Noruega, com uma pneumonia (aquela merda de equilibrar gajos no nariz, aliada à dieta de peixe de balde, tinha que ter consequências ao nível da saúde) e os restantes membros do clã, devido à falta de liderança, têm andando confusos e revoltados. Conclusão: o mercado é que provoca tudo! Não venham cá com essas tretas psicológicas da adolescência!
Bem, sinceramente, parece-me que o ataque de fúria se deve a outras razões. A duas razões para ser mais exacto. Primeiro, as baleias assassinas não gostam do trabalho que fazem e que parece ser o único que o mercado lhes reconhece. É lixado conseguir sacar um nome tão porreiro como “baleia assassina” e depois ter que andar uma vida inteira a equilibrar um gajo (que usa um fato justo colado ao corpo) no nariz e lhes dá um mísero carapau em troca da prova de destreza. As baleias sempre acharam que equilibrar coisas, dar cambalhotas e bater palmas era trabalho de foca. Não de uma baleia assassina. E comer sardinhas e carapaus parece-vos comida de assassinos? Pois, a elas também não.
Segundo, e apesar do trabalho desprestigiante, as baleias ainda tinham motivos de orgulho. Mas mesmos estes foram arrasados pelo mercado (agora cinematográfico): já de há uns anos a esta parte que os filmes “Libertem Willy” tem vindo a cair drasticamente em desgraça. Já não passam aos Domingos à tarde na SIC, e a TVI sempre preferiu filmes com cães inteligentes e macacos animados, provando vezes sem conta que os filmes de baleias acossadas nunca fizeram muito o género da estação. Além disso, o Willy original faleceu no ano passado na Noruega, com uma pneumonia (aquela merda de equilibrar gajos no nariz, aliada à dieta de peixe de balde, tinha que ter consequências ao nível da saúde) e os restantes membros do clã, devido à falta de liderança, têm andando confusos e revoltados. Conclusão: o mercado é que provoca tudo! Não venham cá com essas tretas psicológicas da adolescência!