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Olhe que não, shô Doutor! Olhe que não...

Verdades absolutas sobre basicamente tudo.
All great truths begin as blasphemies.
Nem mais. Porra. 

22 de dezembro de 2006

Factos da vida #1








Jamais, em tempo algum, foi ou será viril qualquer frase que inclua a palavra naperon.

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21 de dezembro de 2006

Telhados de vidro














Os homossexuais não gostam de estereótipos. Estão fartos dessas generalizações medievais e da homofobia que ainda grassa nas sociedades industriais, pós-industriais, modernas, pós-modernas, ou, como eu gosto de lhes chamar, “sociedades d’agora”. Toda a gente tem direito à indignação e ao protesto. Só lhes é, ou deve ser, exigida coerência nas reivindicações. E, se não querem ser alvo de estereótipos, não façam de outros alvo dessas imposições. Portanto, a próxima vez que virem um homossexual a queixar-se disso, peçam-lhe para desenhar um pirata. Se, no resultado do desafio, não estiver lá pelo menos uma de cinco características – lenço na cabeça, gancho em vez de mão, pala no olho, perna de pau e papagaio no ombro –, acho que sim, que devíamos mesmo parar com os estereótipos que circundam a espécie rabeta. Enquanto isso não sucede, é ir abusando. Que eles fazem o mesmo. Pelo menos com os piratas. Malta velhaca, a paneleiragem, hã?

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19 de dezembro de 2006

Vacâncias











Tem dias que, enquanto espero que A Bola vague lá no café, me entretenho com outros jornais. E fico logo pior que estragado quando vejo que as palavras-cruzadas e aqueles bonecos das diferenças já estão feitos. Não que os queira fazer eu. Não quero nada disso. Até porque os bonecos das diferenças fazem-me dor de cabeça e passado um bocado começo a ver tudo desfocado e a ouvir zumbidos que me dizem para fazer coisas más às pessoas. Não gosto daquilo. Mas, sendo sincero, até gostava de ser o indivíduo que, na redacção do jornal, é responsável por essa área. Desafiaria sempre o leitor para descobrir mais diferenças que aquelas que realmente lá estavam. “Descubra as 7 diferenças”. E depois só havia seis. E daquelas muito fáceis. Ia dar com toda a gente em maluca. Iam levar o jornal para todo o lado, perguntar a toda a gente se via aqui mais alguma diferença além das seis que já tinha assinaladas. Pararia um país, enlouqueceria uma nação. Seria uma marcha consideravelmente poética para a demência. Também não gosto de palavras-cruzadas. Não gosto que um passatempo me obrigue a saber símbolos químicos. E, cada vez que anunciam o prémio Nobel da Química, eu não consigo deixar de pensar “é assim, este gajo deve jogar, tipo, bué da bem às palavras-cruzadas”. E, pelo que me chegou aos ouvidos, em mais de cem edições, ainda não me enganei. Quando me deparo com aquilo feito, as palavras-cruzadas e os bonecos das diferenças, não consigo deixar de pensar que o jornal já não é puro, que já está no estádio final da sua existência enquanto publicação de papel. Que já andou na casa de banho, por exemplo, e que pode muito bem já ter sido usado para limpar vidros ou como cartucho de castanhas. Se há coisa que aprecio, é imaculabilidade na papelada que leio. Por acaso, a última vez que lá fui e tive que esperar que A Bola vagasse, não estava nada feito. Apreciei o gesto. E, embalado, certa notícia acabou por aliciar minha atenção. Uma coisa qualquer sobre uns reféns não sei aonde. Sempre achei que a catalogação dos reféns como vítimas, no sentido “ai aleijaram-me aqui tanto” do termo, era demasiado forçada. E os factos não mentem. Quando são assaltos a bancos, os reféns comem sempre pizza à borla. E, que eu saiba, comer à borla ainda é das melhores coisas do mundo. Quando dizem que o melhor do mundo são as crianças, eu pergunto sempre “Então e comer à borla?”. Calo-os sempre com esta. Já vi pessoas a dizer que não gostam de crianças, mas nunca vi ninguém dizer que não gosta de comer de graça. É um dado estatístico, ainda que - mera trivialidade - não quantificado na sua expressão mais básica, inatacável do ponto de vista empírico.Eu até percebia que se classificassem os reféns como vítimas caso não houvesse comida ou o prato fosse outro assim menos perfeito. Mas, que se saiba, ainda está para vir o dia em que o raptor diz ao negociador “E traga aí umas sopas de nabiças, que os reféns estão a ficar com fome”. É sempre pizza. Nunca é uma malga de sopa cheia de talos. Já vi uma vez ser hambúrgueres, mas, abaixo disso, nunca. Fico sempre com uma inveja do caraças, quando estou a ver um filme com reféns e os gajos vão comer pizza à borla. Fico agoniado, não sei. Angustiado até. Estão comer pizza. E eu ali, a ver. Quem é o verdadeiro refém afinal? Eles não são, com certeza. Claro, o lobby dos reféns de assaltos a bancos irá logo apregoar aos quatro ventos que a pressão psicológica foi enorme, o medo e o stress únicos e altamente traumatizantes. Não passam de cantigas para encobrir o facto de terem comido à pala. Cambada de mariquinhas. Valha a verdade que existem sequestros sem pizzas iluminadas pela bênção da gratuitidade. Aqueles lá no médio oriente e isso no meio do pó. Mas, mesmo esses, acabam por, regra geral, ter um final feliz e, vai-se a ver, conseguiram mesmo fazer maravilhas pela linha dos indivíduos. Ficam sempre muito mais elegantes. E o que sai mais barato ao Sistema Nacional de Saúde? Uma banda gástrica ou umas semanas fechado numa capoeira com os olhos vendados? Vou mandar este exemplo de desperdício de dinheiros públicos para aquele programa da Conceição Lino. Aquele das pessoas a queixarem-se de erros nos sinais de trânsito e dos aparelhos de rega da Câmara que só molham a estrada e assim é uma estragação de água que faz tanta falta. Alguém tem que se mexer para isto andar para a frente.

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11 de dezembro de 2006

É que chego a preferir o jornal











Vicissitudes da mais variada espécie impeliram-me para uma vida de jornadas e andanças. Que, deixando-se de literalices, é como quem diz foi uma vida a andar em expressos da rodoviária. É de certa forma injusto, mas há palavras e expressões que, sabemo-lo todos de antemão, nunca marcarão presença em qualquer peça literária de relevo. Expressos da rodoviária é seguramente uma delas. Adaptem-se as palavras de certo autor, não por acaso possuidor de um dos bigodes mais bigode da sua era, e é ver como a expressão arruína qualquer seriedade que este tenha pretendido manter. “Aos trinta anos apartou-se Zaratustra da sua pátria e do lado da sua pátria, e foi-se até à montanha num expresso da rodoviária.” Enfie-se ainda a expressão na versão literária d’A Mosca, o – e sim, vou levantar polémica – melhor filme da carreira de todos os seus intervenientes, e o resultado é igualmente pavoroso. “Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco expresso da rodoviária.” Também, valha a verdade, que os expressos da rodoviária pouco ou nada merecem nesta vida. Nem sequer menção honrosa numa cantiga de amigo, que é, garantidamente, o pior nome que já se deu a uma composição literária. Os expressos da rodoviária não passam de pequenos laboratórios onde criaturas inqualificáveis revelam a sua verdadeira essência. Que é a de selvagem, caso não me tenha feito já entender. Eu, que nem primo pela civilidade dos meus actos ou pensamentos, quanto ando num expresso da rodoviária, pareço um norueguês no Congo. Muito do que lá se passa é pavoroso e funciona num limbo qualquer onde até a mais pequena prática se desenvolve contra a lógica, a decência e sobretudo o bom senso. Como aquilo, enfim, é um serviço, é imperativo tirar bilhete. “Tirar bilhete” é, se alguma coisa, sinónimo automático de enfado extremo. Nunca a expressão tirar bilhete é portadora de alegria e boa-disposição. É quase sempre “Já tiraste bilhete?”, “Xi, ainda não, caralho!”. Ou, quanto muito, “Já tiraste bilhete?”, “Já, foda-se, que seca que foi, chiça!”. Para tirar bilhete há filas. Ou, como era até há pouco tempo, bichas. O que mais me enerva nos maricas extravasa em muito o universo da sida, doença que, facto científico divulgado recentemente por entidades, foram mesmo eles que inventaram lá com as folganças deles. E, antes que isto descambe, refira-se que me chateia a sida, não enquanto doença, mas enquanto dia mundial que enche as televisões com documentários e debates de merda sobre preservativos. E em dia de Sporting x Benfica. Já em relação à mariquice propriamente dita, chateia-me bem mais o facto de eles terem arruinado substantivos muito valorosos, de que “bicha” será o exemplo mais célebre. Agora, por causa da paneleiragem, deixou de haver bicha no IC19. Já só há filas. E eu não posso dizer que estava uma bicha do caneco ali na variante sem que meia dúzia de amebóides emitam pequenos risinhos ou simianas gargalhadas. Obrigadinho, homossexualidade, sim senhoras! Só por isso é que sou contra tudo o que vocês querem. Para ver se também gostam. Querem casar? Azar. Estragassem palavras chatas, como alguidar ou bule. Porquê bicha, que se usava tanto? Eu nunca usei as palavras alguidar ou bule. Quando precisava de alguma dessas coisas, dizia sempre “olha, passa aí isso” e apontava para o bule ou o alguidar. E nunca há histórias para contar sobre bules ou alguidares. Sobre bichas há. Imensas. Mas tirar bilhete é mau no sentido de haver bichas, e, havendo bichas, há velhos. Eu até acho que só há bichas no mundo porque há velhos. A função dos velhos nas sociedades modernas é criar e manter bichas durante o maior período de tempo possível. Aliás, é pegar no país com a mais baixa esperança de vida do mundo, que é para aí Moçambique, e ver se há lá bichas. Mostrem-me uma bicha em Moçambique e eu mostro-vos um equívoco. Se não há velhos, não há bichas. Um conselho para a vida: seja em que ocasião for, prefiram uma bicha de vinte pessoas a uma bicha com dois velhos. Outro conselho para a vida: não esfreguem a ponta da língua no céu-da-boca. A sério. Depois não conseguem parar. Das vezes que comecei com isso, só para ver se depois já conseguia parar, tive que correr até desmaiar. Só assim consegui parar. A questão é que havendo velhos, há procura por bilhetes para dias que ainda hão-de vir. Nunca para o imediato. Se há procura por bilhetes para dias que hão-de vir, há pouca pressa. Se há pouca pressa, há questiúnculas muito particulares. Há a necessidade de saber todos os horários disponíveis, sendo certo que acabam sempre por ir no primeiro porque se levantam quando ainda é noite. Depois, há que saber em que linha estará o expresso da rodoviária. Se pára perto de casa da irmã. Se lá faz frio. Olhe, e a que horas chega?, para saber se devia levar mais agasalho porque à noitinha arrefece. Mas lá se acaba por tirar bilhete e se vai para o expresso da rodoviária propriamente dito. Lá, já junto ao expresso da rodoviária, processa-se o atafulhamento da bagagem e passa-se para a próxima etapa: cortar o bilhete. “Já cortou o bilhete? Deixe cá ver então.” Isto consiste em mostrar o bilhete ao motorista que, altamente especializado, o corta. Cortar o bilhete, no universo dos expressos da rodoviária, é dobrar um bocadinho da ponta inferior, vincar mesmo, com afinco e precisão, e depois rasgar e dar o que sobrou ao utente. E eis que, por fim, se está dentro do expresso da rodoviária. Alguns velhos procuram o lugar exacto que os bilhetes lhes garantem. Mesmo que existam quarenta lugares vagos, e existem quase sempre, os velhos procuram o lugar que está no bilhete. Para depois não haver chatice, dizem eles. Já sabem como é que é, arrematam sempre. Depois é vê-los, desde o início do corredor, que nem tartarugas de patas para o ar. “Onde é que estão os números dos lugares?” “É em cima.” “É em baixo.” “Mas aonde?” “Não vejo cá nada.” “Chame aí o chauffeur, que isto assim não pode ser.” “Será aqui? É que não vejo cá nada.” Óbvio que todas estas, e muitas outras, expressões indagadoras são intercaladas com um novo visionamento do número que está escrito no bilhete. Eventualmente, os velhos lá decidem desentupir o corredor do expresso da rodoviária e, se forem dez velhos, ocupam os dez primeiros lugares. Procurem muito, procurem pouco, isto acontece sempre assim. Mas, pronto, a terceira idade ainda é com’ò outro. Até os compreendo e simpatizo com quase todos eles menos cerca de dez. Eu, quando chegar a velho, vou ser bem pior. Vou ser velho, quero lá saber. Se ser velho serve de desculpa para tudo, esperem por mim que vai chegar o apocalipse. Eu, com tudo isto, queria mesmo é dizer mal das pessoas que põem o banco todo para trás. Não gosto deles, pronto.

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4 de dezembro de 2006

Diz que foi de repente












Adiante-se desde já, em abono da verdade, que ainda ontem ouvi um indivíduo dizer que a sua banda preferida é o Phil Collins. E, num ápice, percebi de que se trata afinal a combustão espontânea, esse fenómeno que lá vai mantendo a ciência moderna num estado de obscurantismo medieval. A combustão espontânea dá-se quando alguém verbaliza, ou simplesmente cogita, atrocidades do naipe de um “a minha banda de eleição é o Phil Collins”. É Deus que simplesmente se farta e manda arder a pessoa. Logo ali! Nem está para se preocupar com explicações lógicas, como doenças ou acidentes, que justifiquem o final de uma qualquer existência individual. Manda arder a pessoa e pronto. Não está para se chatear mais! Não foi para ouvir escabrosos dizer que o Phil Collins é uma banda que Deus criou o universo e mandou o filho vir morrer pelos nossos pecados. Ainda eu me queixo quando a minha mãe me manda ir à mercearia comprar couves. Bem mais severo foi Deus, que mandou o filho ir morrer pelos pecados dos outros. Se bem que ir buscar couves não é só a cena de ter que me mexer e interagir socialmente. Isso já me custa de sobremodo. A questão passa também por, indo buscar couves, já saber que, o mais tardar no dia seguinte, apanho com sopa ou migas ao jantar. Não é morrer na cruz, convenhamos, mas eu não gosto nada de sopa. Nem de migas. Agora, sempre que ouvir falar em combustão espontânea, já sei do que se trata. E, se chamado para investigar o fenómeno, vou tentar saber se a vítima tinha acabado de proferir alguma barbaridade ou se, por exemplo, tinha vestida uma t-shirt de gola alta. Vestir uma t-shirt de gola alta é coisa para enervar Deus ao ponto d’Ele nos combustar espontaneamente. Também já vi uma, em tempos idos. Branca. Ou branco deslavado, a caminhar para uma espécie de cinza. Manga curta e gola alta. Nunca vi um eclipse total, nem um mamute ou um pterodáctilo, mas é um facto que uma t-shirt de gola alta é igualmente deslumbrante. Quando os não crentes dizem “Ai sim? Deus existe? Então onde está Ele quando morrem aquelas pessoas em África e naquelas ondas grandes lá na terra daquele miúdo que recebeu uma camisola da selecção?”, eu acho que deviam é dizer “Ai sim? Então onde está Deus quando se vestem t-shirts de gola alta e se diz que o Phil Collins é a banda preferida?”. Não sei onde está. Sei que demora, mas não tarda. Vide explicação derradeira que formulei para a combustão espontânea. Para além do que já foi dito, muitas outras injustiças atulham este mundo que compartimos. Eu não sei até quando vou ter que apanhar com pessoas que andam na rua exactamente à mesma velocidade que eu. Decerto que tal ocorrência já se verificou com todos vós. Estão no passeio, a andar a uma velocidade constante e sã. Eis que percebem que, a vosso lado, seja imediatamente ali ao pé ou a escassos metros de distância, está uma besta que parece que faz questão de ir à mesma velocidade que vocês. Por momentos, parece que vão acompanhados. Por momentos, cria-se ali um clima de mau estar insuportável e, por momentos, o ideal de justiça que sustenta a civilização clama por uma combustão espontânea. Mas quem é este gajo? Eu não quero parecer que estou contigo, pá! Desaparece! Desopila! Ala daqui para fora! Andor! Uma vez que, nestas ocasiões, a combustão espontânea tarda em dar sinal, sou sempre eu que acelero o passo e ganho. Já tive que correr, mas paciência. Também nunca quebrei um contacto visual. Mas isso é porque não tenho nada para fazer e normalmente a outra pessoa tem que ir para o emprego e buscar os filhos e assim. Seja como for, apanho com cada chanfrado, daqueles que ficam minutos inteiros a olhar. Que cambada de sociopatas do raio. Sou muito forte em cenas de paciência e isso. Também nunca perdi um jogo de xadrez porque, logo que o adversário mexe o peão, eu fico a pensar na minha jogada durante horas a fio. Quando começam a dizer “então?”, eu, num misto de irritação e paternalismo, profiro um “shhhhta!”, para, acto contínuo, adoptar uma posição ainda mais absorta. Por norma, emulo na perfeição a posição d’O Pensador. Na perfeição implica, claro está, requintar a perfomance com a nudez que se exige. Para terminar, e porque isto é um coiso cultural, uma efeméride. Camarate faz 26 anos. Aproveito e transcrevo as palavras de um senhor que, também ontem, quando ficou a saber mais pormenores relativos ao trágico acontecimento, deu a seguinte materialização verbal à sua revolta: “O quê? O gajo ia de avião de Lisboa para o Porto?!?!? Fazer 300 quilómetros de avião? Olha qu’isto, hã? Fosse de autocarro, como toda a gente!”. Faltou concluir com o “Então foi bem feita!”, mas aquela expressão não enganava. Como diria um Dias da Cunha fundido com o Marx, é a luta de classes no seu esplendor.

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