Que o amor é cego já toda a gente sabia...mas basta passar uns dias no norte do país para perceber que, mais que cego, o amor deveria mesmo é ser surdo. É que nem acompanhado de dez cervejas (no bucho de quem ouve, obviamente), aquele sotaque consegue passar despercebido. É o maior arrasador da libido masculina desde os conhecidos “pai protector com uma caçadeira e uma pontaria considerável”, “final do campeonato do mundo à mesma hora” ou “Rita Ribeiro”. Pessoalmente, até acho que as mulheres, em vez do célebre “dói-me a cabeça”, deviam, como mecanismo de defesa às investidas masculinas, dizer qualquer coisa com sotaque nortenho. Seja o que for. Até pode ser qualquer coisa do género “Não, não me faz confusão nenhuma que olhes sempre para o meu decote enquanto falo contigo”, porque vai resultar na mesma. Bem, de facto, há muito pouca gente que não fica mais interessante quando pára de falar. Seja onde for. Mas no Norte esta regularidade social é plena. E é pena, até porque o amor lá não precisava mesmo nada de ser cego. Era mesmo só surdo...